Politics, Business & Culture in the Americas

Novo na AQ: Uma nova geração assume o comando

Políticos da geração millennial estão assumindo o poder em toda a América Latina. Será que eles serão mais autoritários do que seus pares da velha guarda?
Nossa capa, da esquerda acima em sentido horário: Mauricio Toro, 39, ex-membro do parlamento colombiano, Francia Márquez, 40, vice presidente da Colômbia; Gabriel Boric, 36, presidente do Chile; Nayib Bukele, 41, presidente de El Salvador; Luis Donaldo Colosio, 37, prefeito de Monterrey, Nuevo León, Mexico; Luísa Canziani, 26, deputada federal, Brasil
Reading Time: 2 minutes

Esse artigo foi adaptado da reportagem especial da AQ sobre os millennials na política| Read in English | Leer en español

Dois presidentes da geração dos millennials já foram eleitos na América Latina, e eles oferecem visões totalmente diferentes do que a próxima geração de líderes pode oferecer.

O presidente chileno Gabriel Boric, 36, priorizou as mudanças climáticas, nomeou um gabinete majoritariamente feminino e fala de forma apaixonada sobre democracia, direitos humanos e sobre o diálogo com pessoas com opiniões diferentes.  O presidente salvadorenho Nayib Bukele, 41, por outro lado, usou o Twitter e o TikTok para difamar a oposição e a imprensa independente de El Salvador, prendeu 50 mil pessoas desde março ao decretar estado de emergência e recentemente declarou que concorreria a um segundo mandato, embora isto seja proibido pela constituição do país.

Qual desses dois líderes representa com mais precisão o futuro?  Essa é uma questão central desta edição especial.  As pesquisas sugerem que os políticos da geração millennials (geralmente definida como os nascidos entre 1981 e 1996) na América Latina são menos comprometidos com a democracia e o capitalismo e mais céticos em relação às instituições democráticas do que seus pares de gerações anteriores. Eles tendem a dar mais importância à necessidade de combater os efeitos das mudanças climáticas, a desigualdade e promover a representação de mulheres, povos indígenas e outros grupos minoritários.

Mas, como escreve a jornalista peruana Andrea Moncada em nossa reportagem de capa, há muitas nuances.  “Não é que a geração dos millennials esteja de repente desistindo da democracia em favor dos ditadores”, escreve ela, “ou que nossa geração esteja sendo influenciada por ideologias socialistas e pelo desejo de derrubar o sistema capitalista”.  Se algo une essa nova geração, diz ela, é a crença de que a classe política “fracassou  em sua promessa de criar sociedades mais equitativas e justas”.

Isso reflete um sentimento mais amplo de oposição àqueles que estão no poder na América Latina — e sugere que os ventos de mudança estão chegando.  À medida que a geração dos millennials conquista cargos políticos, parece que há mais Borics do que Bukeles.  Mas há que se admitir: Bukele é muito popular, com um índice de aprovação acima de 75%, enquanto Boric e muitos como ele registram níveis inferiores de apoio, a metade disso. A menos que a democracia possa produzir, e logo, resultados, os jovens eleitores de todos os lugares podem ser tentados a apoiar regimes autoritários.

Tags: El futuro de la democracia, Millennials in Politics
Like what you've read? Subscribe to AQ for more.
Any opinions expressed in this piece do not necessarily reflect those of Americas Quarterly or its publishers.
Sign up for our free newsletter